Mercedes-Benz 280SL 1963

























Miniatura Kyosho 
Escala 1/64



É possível sim controlar o desejo e o impulso compulsivo de adquirir e colecionar miniaturas.

Primeiro, nasce o desejo. Então você assume aquele desejo como parte do seu 'eu', da sua identidade. Você diz para si mesmo "Eu gosto disso", e, em seguida, "Eu quero essa miniatura", e, mais adiante, identifica-se com o rótulo que o núcleo de relacionamentos, o meio social e o sistema lhe confere. E, mais uma vez, repete para si mesmo, e aceita como sendo verdadeiro e parte do seu 'eu' e da sua identidade, a expressão "Eu sou um colecionador de miniaturas".

E então sai por aí, repetindo para si mesmo feito um zumbi "Quero esta. Quero aquela outra!" E assim por diante, até ter dezenas, centenas de miniaturas (!)
Que, com o passar do tempo, perdem o encanto, esquecidas em caixas e gavetas da sua vida. Mas quando se dá conta, você percebe que aquele 'eu' que teve aquele primeiro impulso de desejo já não existe mais dentro de você.

Você então se vê transformado. Enquanto as miniaturas permanecem os mesmos objetos estáticos de sempre.

E de repente, diante de uma nova miniatura, diante de uma situação semelhante, você refaz mentalmente todo o processo acima, aí então você decide que não. Não preciso mais comprar essa droga que tanto me encanta, mas que em pouco tempo se transforma em nada. 

E as caixas e as gavetas estão repletas de sonhos de outrora petrificados, em forma de Ferrari, Mustang, Porsche!

E você está livre dos seus sonhos. Acordado para a vida.